Limite e continuidade
Palavras-chave: continuidade, derivada, indução finita,
limite, limite nulo, quociente de diferenças, secantes e tangentes, sinal
Sumário
- A definição de limite zero
- O zero
- A definição do zero como número real
- Definição de limite
- Função contínua
- Polinômios são contínuos
- A multiplicação por uma constante é contínua
- Indução finita
- Sinal
- Um exemplo de função não continua: um sinal que não é
contínuo
|
Este texto contém o material teórico de apoio a
lista 03, mas você não deve se limitar aos textos que se encontram na página
da disciplina. Neste momento você já deve ter selecionado um livro de
Cálculo na biblioteca para usá-lo como a sua fonte de consulta para a
disciplina. Qualquer dos livros que houver na biblioteca lhe servirá e será
um bom apoio. Escolha um.
A definição de limite zero
A definição de limite
zero cria uma representação do número real zero. Há
dois números que são muito especiais: zero, um.
O que os torna especiais é que eles são os elementos neutros das duas
operações mais usadas com números, adição, multiplicação.
O zero é o neutro da adição, e o um é o neutro da multiplicação.
Definindo o limite zero ficamos com
meio caminho andado para entender qualquer outro limite.
Lendo sobre limite, você vai encontrar várias formas como este assunto é
apresentado, e é pouco provável que encontre a forma como eu o estou
apresentando. Tente superar esta dificuldade. Eu vou usar sucessões como um
instrumento para usar e testar limites. Porisso preciso começar definindo:
- Sucessões
- Sucessões que convergem para zero, são estas que vão definir limite
zero.
Os números reais são sucessões de números racionais, por exemplo, o que
representa "raiz quadrada de dois" ? Você sabe que esta raíz não é exata! e
que significa isto?
Dizer que raiz quadrada de dois não é exata, significa que você calcula o
seu valor até um certo ponto e depois decide que o ponto em que você parou é
a precisão que lhe convem. Com isto você usa um algoritmo (que é possível
rever em qualquer livro da 9a série), e vai obtendo "sucessivamente":
1
1.4
1.141
1.414
1.4142
1.41421
1.414213
1.4142135
quer dizer que você se contenta com a aproximação 1.4142135, ou melhor, com um erro da ordem de
0.0000001 porque o proximo valor nesta aproximação terá um dígito entre 0 e
9 na oitava casa décimal então no máximo o seu erro será
10-8.
Mas você não terminou, e nem pode terminar, o cálculo da raiz quadrada de
dois! porque é um número irracional, você encontra esta demonstração aqui, na página
121.
Quer dizer que é uma sucessão de números racionais
e você para na aproximação que lhe convier, mas há uma infinidade de
números racionais na sucessão e você poderá posteriormente escolher uma
aproximação melhor (seguir usando o algoritmo).
O número pi, a constante de
Arquimedes é outro número irracional, outra sucessão de números
racionais. Parece que há uma sala, em um museu em Paris, em que parte
deste número foi escrito rodeando as paredes... mas é apenas mais uma
aproximação, um elemento da sucessão de números racionais que representa a
constante de Arquimedes e nas paredes se encontra gravado apenas um
dos elementos da sucessão!
Aqui no terminal em que estou trabalhando, na minha caixinha Linux, posso
digitar "pi" e aparece no terminal este elemento (um elemento) da sucessão de
números racionais que representa a constante de Arquimedes:
3.141592653589793238462643383279502884197169399375105820974944592307816406286208998628034825342117067
Eu também posso digitar
pi 1000 e o resultado é
3.14159265358979323846264338327950288419716939937510582097494459230781640628
6208998628034825342117067982148086513282306647093844609550582231725359408128
4811174502841027019385211055596446229489549303819644288109756659334461284756
4823378678316527120190914564856692346034861045432664821339360726024914127372
4587006606315588174881520920962829254091715364367892590360011330530548820466
5213841469519415116094330572703657595919530921861173819326117931051185480744
6237996274956735188575272489122793818301194912983367336244065664308602139494
6395224737190702179860943702770539217176293176752384674818467669405132000568
1271452635608277857713427577896091736371787214684409012249534301465495853710
5079227968925892354201995611212902196086403441815981362977477130996051870721
1349999998372978049951059731732816096318595024459455346908302642522308253344
6850352619311881710100031378387528865875332083814206171776691473035982534904
2875546873115956286388235378759375195778185778053217122680661300192787661119
5909216420198
O mílésimo elemento de uma das sucessões
que representa a constante de Arquimedes. Linux é sensacional, eu posso fazer
o mesmo que tem na sala do museu em Paris, aqui na tela, mas seria colocar
muito dígito no terminal sem grande sentido. E você pode fazer também o
mesmo, se quiser.
Você pode arguir: e na máquina de calcular, quando eu aperto "raiz
quadrada de dois" aparece apenas 1.4142135623730950488 sem
reticências!
É que as máquinas usam aproximações definidas pelo fabricante que você tem
que aceitá-las sem discussão, e elas servem para uma variedade muito grande
de propósitos.
Então vamos aceitar a idéia de que os números reais são sucessões e que na
prática truncamos estas sucessões num ponto conveniente e (outra
distorção) tomamos o último elemento calculado da sucessão, como o
representante do número que nos interessa.
O zero
O zero é um número racional, não seria uma sucessão!
Se pensarmos assim criamos um problema de compatibilidade. Precisamos de uma
homogeneidade de princípios para trabalhar.
Então o zero é um número natural (fizemos esta convenção)!
Mas o zero também é um inteiro, é também um número racional, então neste
caso o vamos representá-lo como fração!
Analise esta última afirmação!
Procure compreender a complicação em que vou metê-l@!
Afinal, eu vou viver criando
complicações para você! é o meu trabalho!
Suponha, por um momento, que eu não precise ver o zero como número racional!
mas eu vou precisar de somar 0 + ¼
Lembra da regra? tenho que escrever um denominador comum para as duas frações
(agora já estou dizendo que zero é uma fração, do contrário como é que
iria somar este dois objetos?).
Como uma das frações tem denominador quatro eu decido escrever
(representar) o zero como uma fração com denominador quatro;
que é o resultado que você já conhece.
Observe a cadéia de raciocínios que estamos fazendo:
- zero é um número racional! tomamos esta decisão;
- podemos representar de distintas formas um mesmo número racional,
podemos escolher o denominador que quisermos - depois temos que calcular o
númerador de forma adequada;
- há uma infinidade de representações para qualquer número racional;
esta infinidade de representações não nos aborrece...
- escolhemos uma representação que nos seja conveniente!
- mas a representação não é única, não pode
ser e não deve ser! é uma complicação
necessária... porque eu preciso somar zero com muitos outros números
com distintos denominadores!
Eu vou agora repetir esta idéia relativamente aos números reais, observe
que estou usando uma experiência que você já tem para alargar sua
experiência. Como os números racionais, os números reais também têm
múltipla representação, mas, um número
real é uma sucessão de números
racionais.
A definição do zero como número real
Analise a figura
Sucessões são funções definidas no conjunto dos números naturais (o
domínio) e com valores em outro conjunto. As sucessões de que vou tratar são
núméricas consequentemente tem os seus valores no conjunto Q
dos números racionais. Assim que terminarmos a construção do
conjunto dos números reais, vamos alterar esta afirmação e passar a
dizer:
As sucessões de que vou tratar são núméricas consequentemente
tem os seus valores no conjunto R dos números reais.
Na figura você pode ver (com alguma boa vontade relativamente ao autor)
três sucessões que representam o zero. Uma delas e uma sucessão oscilante,
seus termos ora são positivos, ora negativos. Outra delas é formada apenas de
números racionais negativos e a outra de números racionais positivos.
Aqui você pode ver alguma coisa que já discutimos: o zero é positivo, é
negativo e pode ter uma representação que nem é positiva e nem negativa.
Mas eu preciso de fórmulas, de expressões, por exemplo, para incluir num
programa de computador em que eu deseje usar o número zero. Ou para
demonstrações. Esta linguagem gráfica é insuficiente.
Preciso agora escrever o termo geral de algumas sucessões que representem o
zero:
- sn= 1/n; uma sucessão de números racionais positivos;
- tn= 1/(n2); uma outra sucessao de números
racionais positivos que representa o zero;
- rn=(-1)n/n; esta sucessão chama de
alternada, ela é formada de números positvos e negativos e
representa o zero.
Se você trocar o expoente nos exemplos 2 e 3, acima pode construir uma
quantidade muito grande de novos exemplos, todos representando o mesmo número
zero. Algumas vezes dizemos que estas sucessões pertencem à classe do
zero.
Todas as três sucessões que construimos neste exemplo tem uma coisa em
comum, elas se aproximam do eixo OX que é o eixo das alturas (abcissas) zero.
Mas elas podem se aproximar por cima (positivas) por baixo (negativas) ou
assumir valores ora positivos ora negativos.
Um exemplo de oscilação?
O pêndulo, na face da Terra, tende a parar. Devido ao atrito ele perde
energia e para. Se você medir a distãncia para o ponto médio das
oscilações (onde ele vai ficar parado) ora você tem que medir com um número
positivo, ora com um número negativo. O resultado será uma sucessão
que representa o zero, oscilando em torno do eixo OX. No eixo OX se
encontra a sucessão constante zero que representa a posição de pêndulo
quando ele já não estiver em movimento. Quer dizer que as medidas que você
tomou representam um número real que oscila em torno do valor final - as
medições quando o pêndulo estiver parado - o zero.
A definição de limite zero
Todas as sucessões, do exemplo acima, entram na faixa |y| < 1
que se encontra delimitada por duas retas paralelas ao eixo OX. A reta y =
1 e a reta y = -1.
Esta observação é insuficiente, se uma sucessão representar o zero,
poderemos escolher qualquer faixa em torno do eixo OX e ela entrará nesta
faixa. Vou usar um instrumento que os torneiros mecânicos usam, o paquímetro,
que serve aos meus propósitos aqui.
Eu vou colocar um paquímetro marcando uma certa abertura rho em
volta do eixo OX.
A abertura rho é arbitrária, quer dizer, posso considerá-la tão
pequena quanto eu desejar, é a aproximação a ser escolhida como for
conveniente.
Esta é uma das frases que é difícil compreendermos! O arbitrário aqui
significa que você pode escolher dependo dos propósitos que você tem, (como
no caso da soma de frações, escolhi o denominador quatro por uma razão que
alí era evidente, eu posso fazer uma escolha arbitrária do denominador). Aqui
desejo expressar que a sucessão que representa o zero tem termos
arbitrariamente pequenos. Eu posso escolher pequenas aberturas para o
paquĩmetro e com isto escolher a partir de que índice N todos os termos da
sucessão se adaptam àquela abertura.
Lembre-se, você parou o cálculo da raiz quadrado de dois quando lhe foi
conveniente! Somos nós que escolhemos o ponto de parada do algoritmo, quando a
precisão que desejamos for atingida.
Na figura aparece a letra grega epsilon, em vez de rho. Usamos
uma destas três letras gregas para representar quantidade pequenas,
episilon, rho, delta.
Entrar dentro de uma faixa de largura arbitrariamente pequena significa ter
módulo arbitrariamente pequeno. Chegamos à definição de sucessão com
limite zero (que representa o zero):
Definição: Uma sucessão s =
(sn)n representa o zero se qualquer que seja rho,
existe um índice n a partir do qual todos os termos da sucessão são
menores, em módulo, que rho
Dizemos que a sucessão s tem limite zero, ou que o limite da
sucessão s é zero.
Uma sucessão que tem limite zero é a sucessão constante formada pelo
número racional zero.
As sucessões constantes de números racionais são a representação dos
números racionais no conjunto dos números reais. Desta forma o conjunto
Q dos números
racionais é um subconjunto do conjunto R dos números reais.
Definição de limite
Para definirmos um limite qualquer diferente de zero, basta-nos deslocar a
figura
para um ponto adequado da reta vertical. Por exemplo, a raiz quadrada de
dois
A raíz quadrada de dois tem um "algoritmo" geométrico e dá a impressão
de que pode ser vista de forma diferente. Parece que não é uma sucessão?
não é bem assim! queremos números para servir de entrada de dados num
programa e eu não posso usar compasso e régua para operar com computadores.
Posso usar este algoritmo geométrico (bem limitado...) para obter a
sucessão
e finalmente escolher uma aproximação, uma sucessão, parando no item
da sucessão que for adequado para a aplicação que se tenha em vista.
Aqui você pode ver que existe uma questão de decisão, de escolha, isto
dá ao trabalho científico uma característica de pessoalidade que não é
exata. Compare com o cálculo que fiz há pouco
em que escolhi uma representação do zero como número racional com
denominador quatro. Não houve nada pessoal nesta escolha, ela foi feita por
razões técnicas - a outra fração tinha denominador quatro.
Agora tenho que deslocar, também, a desigualdade que define limite:
Definição: Uma sucessão s =
(sn)n representa um
número real a se qualquer que seja rho, existe um índice
n a partir do qual todos os termos da sucessão ficam arbitrariamente
próximos de a
Dizemos
- a sucessão s tem limite a ,
- ou que o limite da sucessão s é a.
Infelizmente esta definição tem um erro lógico sutil, estamos construindo
os números reais, usando como blocos (para a construção) os números
racionais. Na definição não pode aparecer um número real....(eles ainda
estão sendo construídos!). Aqui temos uma erro "circular" que é muito
usado.
Porém é assim que você vai encontrar na maioria dos livros de
Cálculo. A maneira correta de fazer seria definir
instrínsecamente as sucessões que tem limite.
Classificar as sucessões em duas grandes classes:
- As sucessões divergentes - sinônimo para sucessões que não convergem.
- As "sucessões de Cauchy" e dizer que os números reais é o
conjunto de todas as sucessões de Cauchy.
A primeira classe a gente define por exclusão... Definimos as
"sucessões de Cauchy" e serão sucessões divergente a que não tiverem
a propriedade de Cauchy. e dizer que os números reais é o conjunto de
todas as sucessões de Cauchy.
As sucessões de Cauchy tem um freio interno que as torna
converngentes, eis a definção:
As sucessões de Cauchy são as sucessões convergentes!
Exemplos que calculamos em aula: (os fáceis....)
A sucessão n/(n+1) é de Cauchy, portanto é convergente, como já
sabiamos.
Tem uma importância prática considerável o teste de Cauchy:
- Ele prova que uma sucessão é convergente (pode ser difícil fazer esta
prova....)
- Sabendo que uma sucessão é de Cauchy, qualquer termos com índice
"grande" é um valor
aproximado para o limite. Podemos não conhecer o limite
exatamente, mas podemos logo
saber um valor aproximado, escolhendo um valor grande
para o índice.
Usando o exemplo anterior, eu posso fazer estes cálculos (com calc)
; define f(x) {return x/(x+1);}
f(x) defined
; print f(200000)
0.99999500002499987500
então 0.99999500002499987500 é um valor aproximado para este limite que
nós já sabemos que 1.
Função contínua
As funções contínuas são aquelas que preservam a convergência,
preservam o limite. Digamos que elas são as funções naturais para trabalhar
com números reais.
Definição: f:[a,b ] -->
R é contínua se
f( lim sn ) = lim f(sn)
Isto se forem equivalentes as afirmações:
Teste de continuidade.
- calculamos lim sn que é o número real a e depois
calculamos f(a), dizemos que calculamos o valor de f no ponto
a
- calculamos f(sn) = yn = f(sn) e depois
calculamos o limite desta nova sucessão yn.
As duas sentenças produzem o mesmo resultado se f for contínua.
Exemplo: Vamos verificar que a
função f(x) = x2 é uma
função contínua.
Vou mostrar que f é contínua para qualquer número real a. Para isto
considere uma sucessão qualquer convirja para o número real a.
Verificando as sentenças do teste de continuidade temos:
- Primeira sentença: Calculamos o limite, a, aplicamos f
no ponto a , resultado:
a2 = f(a).
- Segunda sentença: aplicamos f e depois calculamos o limite.
yn = f(sn) = (sn)2 é o
quadrado dos termos de uma sucessão que converge para o número real a
e seria um absurdo não esperar que esta sucessão não
convergisse para a 2 = f(a).
Concluimos assim que lim f(sn) = a2 =
f(a)
Um contra-exemplo: Logo abaixo vou
falar de sinal e lá vou mostar-lhe, como contra-exemplo, que alguns
sinais (o que está definido na lista 03) não é contínuo. Também existem
sinais contínuos, mas estem não servem aos meus propósitos...
O primeiro exemplo é difícil de ser assimilado e a razão é que estamos
no limite dos conceitos: número real é limite, a função f(x) =
x2 é a função mulplicação dos números reais que precisa ser
contínua para que os números reais sejam aquilo que esperamos.
Eu lhe daria uma mesma impressão de fragilidade conceitual se fosse provar que
a função
f(x) = x + 3
também é uma função contínua. Esta é uma operação natural dos números
reais.
Mas não fique com a impressão de que não é possível fazer todas estas
demonstrações sem defeitos. É possível sim! Aceite como se encontra e você
verá mais a frente que é razoável.
Da mesma forma podemos mostrar que qualquer potência é uma função
contínua:
f(x) = xn
E agora um salto qualitativo, deixo que você tente absorvê-lo, a função
f(x,y) = x + y
é também uma função contínua como esperamos porque a adição é uma
operação natural dos reais e queremos que ao aplicarlimite ela o
preserve.
Polinômios são contínuos
Um polinômio é uma soma de potências combinada com multiplicações. Então
eu preciso de duas ferramentas para chegar à conclusão de que polinômios
são funções contínuas:
- A multiplicação por uma constante é uma função contínua
- Um método para deduzir a verdade a partir de uma sucessão de
verdades - indução finita.
Eu vou preparar o material necessário agora.
A multiplicação por uma constante é
contínua
Este é um caso semelhante ao que me referi acima com a função f(x) = x +
3. Agora quero afirmar que, se A for uma constante, um número real,
então a função
f(x) = Ax é uma função contínua.
Considere uma sucessão qualquer sn, (oscilante ou não ...)
convergindo para um número real a.
sn ----> a
Leitura: o limite de sn
é a.
De um lado eu vou multiplicar os termos da sucessão por A , mas eles
todos, a partir de um certo ponto se encontram dentro uma faixa que fica em
volta da altura a .
Isto vai transformar esta faixa numa faixa que vai ficar em volta de Aa.
O contrário seria um absurdo.
Aplicamos primeiro f e concluimos que o limite seria Aa = f(a).
Ou seja
lim(f(sn) = f( lim sn )
e portanto a função f(x) = Ax é uma função contínua.
Indução finita
Leia o texto .
Nele você vai estudar o método que nos permite concluir, após um certo
número de passos (finitos), que uma afirmação é verdadeira, como
consequência dos passos anteriores.
O que é um polinômio?
É uma função da forma
f(x) = a0 + a1 x1 + ... +
an xn.
Nós podemos mostrar que esta função é contínua usando a indução finita.
Voltarei depois a esta questão quando tivermos dominado o método da indução
finita. Haverá uma lista de exercícios dedicada a ela.
Sinal
O objetivo de apresentar-lhe este tipo de função é o de mostrar-lhe, com um
objeto bem simples e cujo nome você já deve ter encontrado, pelo menos nos
jornais, que existem funções não contínuas. O programa
exer03_01.gnuplot
contém algumas experiências com sinais e você
pode alterar o programa, usando-o com um laboratório, para aumentar a sua
experiência com sinais ou, mais genericamente, com funções. Um sinal é um
tipo particular de função.
As operações que o programa exer03_01.gnuplot
aplica em sinais
são
- Translação de um sinal
- Adição de sinais
resultando em algumas funções que podem assumir qualquer tipo de aspecto,
aproximadamente.
Um exemplo de função não
contínua
Na lista 03 estamos trabalhando com uma função chamada sinal, leia a lista,
exercício 1.
A funçãos, um sinal, tem dois pontos críticos: ±½
São dois pontos de descontinuidade.
Considere uma sucessão (oscilante) convergindo para ½ quer dizer, os termos
da sucessão ora são menores do que ½ e ora serão maiores do ½ .
Isto vai produzir dois tipos de subsucessões da sucessão original, uma que é
constante zero e a outra que é constante 1.
- A parte da sucessão, a subsucessão, formada pelos termos que forem
menores do que ½ quando aplicarmos a função s , resultam no
número zero, uma subsucessão constante formada de zero.
- A parte da sucessão, a subsucessão, formada pelos termos que forem
maiores do que ½ quando aplicarmos a função s , resultam no
número um, uma subsucessão constante formada de 1.
- Quando o limite existir (lembre-se, o limite é um número real) ele tem
que ser único.
Agora temos duas possibilidades de limite: 0,1.
Conclusão:
- não tem limite,
- a função s destroi, (não preserva a convergncia),
- ela é descontínua.
Conclusão, ao aplicarmos à função s a uma sucessão que converge para ½
pode não haver convergência - falha para as sucessões oscilantes.
Foi esta razão de que eu tenha dado esta sucessão como um dos exemplos de
convergência, elas são o teste necessário para continuidade.
Então o sinals não preserva convergência em dois pontos ±½ e
portanto não é uma função contínua nestes dois pontos.
Esta página foi escrita com Amaya,
um editor de html de domínio público (open source) rodando numa caixinha
Linux com sistema operacional Debian/Gnu/Linux. O programa pi, que escreve a constande de
Arquimedes com qualquer quantidade de dígitos, támbém é distribuido junto
com Debian/Gnu/Linux. Os cálculos
e programas foram escritos com o editor de textos gedit (open source) para gnuplot ou calc, ambos programas de código aberto e
distribuidos junto com Debian/Gnu/Linux.
Página atualizada em quarta-feira, 24 de Fevereiro de 2010, 18:00 horas